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domingo, 31 de março de 2013

Deus Odeia o Pecado e o Pecador


 
 
 
Continuação da Resenha do Livro: O Verdadeiro Evangelho de Paul Washer

Capitulo 2 - Deus Odeia o Pecado e o Pecador

Eu gostaria de começar este estudo com uma pergunta!

Se eu pegasse um jornal e sentasse ao seu lado, olhando para as notícias com um ar de riso e um brilho nos olhos, e dissesse: “Ei, você leu isto?

"Um pedófilo molestou seis garotos, sem dar a mínima para aquilo", o que você diria sobre mim?

Você diria: “Seu doente! O que há de errado com você?

Você deveria ficar irado ao ler isso!Ah, eu deveria?

{E} Deus?

{Ele} tem {algum} direito de ficar irado?

{Deus} vê a iniquidade deste mundo todos os dias. Todos os dias, Ele vê a imundícia, os assassinatos, os crimes e tudo o mais, e, na sua concepção de Deus, Ele não tem nenhum direito de estar irado?

Eu lhe afirmo que o Senhor está irado, e que Ele está tão irado que, no Dia em que Ele recuar Sua misericórdia e vier julgar este mundo, {muitos vão se arrepender}!

Irmãos, nós precisamos ser alertados!

Todos os homens precisam saber disso!

Deus estende a Sua mão, todos os dias, para pessoas desobedientes e teimosas, mas, ao mesmo tempo, a Sua ira está vindo sobre o mundo! É como se, com uma mão, Deus estivesse retendo Sua Justiça contra este mundo e, com a outra, clamando aos homens que venham ao encontro da salvação. Porém, um dia, as duas mãos serão abaixadas, e você não poderá mais ir a Deus, tampouco a justiça Dele hesitará em cair sobre você. É por isso que uma das maiores necessidades em nosso evangelismo é ensinarmos aos homens quem Deus é.

O evangelho não começa com o homem, mas com o que Deus realmente é, pois aí é que reside o problema. Se Deus não fosse quem é, então o pecado não seria o problema que é. O pecado é o que é justamente porque Deus não é apenas amor, mas também santidade e justiça

O que você pensaria de um Deus que pudesse olhar para o campo de concentração nazista de Auschwitz e ficar apático?

Quem poderia dar um abraço amigo em Hitler?

Quem poderia ver os Estados Unidos assassinarem milhares de bebês, todos os dias, e dizer “Está tudo bem”?

Deus está irado e, se não estivesse, Ele seria imoral, assim como eu o seria se lesse uma notícia terrível como aquela e fosse capaz de rir. Se eu fosse neutro sobre violência sexual contra crianças e dissesse: “Cada um por si! Você sabe, somos todos livres”, você olharia para mim e me trataria como um tipo doentio de pessoa. Então, quão irado Deus deveria estar?

Sim, Deus está irado, porém não somente contra os “Hitlers” do mundo, mas também contra você, por todos os seus crimes e ofensas contra Ele e contra a Sua criação.

Infelizmente, nós somos muito influenciados pelos pregadores de televisão. Várias vezes eu tenho ouvido esses “evangelistas” se levantarem no púlpito, dizendo: “A primeira coisa de que todos vocês precisam saber é que Deus não é um Deus irado”. Todos devem conhecer aquela famosa frase, “Deus odeia o pecado, mas ama o pecador”. Eu sei que isto será bastante ofensivo para muitos de vocês, mas eu quero dizer que tudo isso não é outra coisa, senão o mais completo absurdo. Vamos olhar para alguns textos que nos mostram o ódio de Deus sendo manifesto contra as obras más dos homens e também contra aqueles que cometem tais obras.

"Os arrogantes não poderão ficar em tua presença. Tu odeias todos os que praticam o mal e destrói aqueles que falam mentiras. Adonai detesta os homens de sangue e os enganosos (Samos 5.5-6)".

"Deus é um juiz reto, um Deus cuja ira está presente todos os dias". (Salmos 7.11)

A Bíblia diz que Deus é um Deus irado, e você tem que se prostrar de joelhos e louvá-Lo pelo que Ele é. E Ele não é apenas um Deus irado, mas também um Deus que odeia.

Então, alguém diz: “Sim, irmão Paul, você esta certíssimo; Deus odeia o pecado, mas ama o pecador”. Bem, de fato, essa frase parece boa estampada em uma camisa cristã, mas ela não é bíblica. A Bíblia não diz que Deus odeia o pecado e ama o pecador; a Bíblia diz que Deus odeia o pecado e o pecador.

"A ira de Deus é revelada desde o céu contra toda a perversidade e impiedade de pessoas que, motivadas por sua injustiça, mantém a supressão da verdade" (Romanos 1.18)".

Você pode dizer: “Irmão Paul, mas e quanto à passagem em João 3.16? Lá, está escrito que Deus amou o mundo”. Sim, isso é bíblico; mas o Salmo 5 também o é {e} Deus é um Deus misericordioso e amoroso! Contudo, nós precisamos entender “todo o conselho de Deus” (At 20.27), e não apenas os pontos de que mais gostamos. Deus de fato é amor, mas esse Deus amoroso também odeia. Deus é misericordioso, mas Ele está irado. Nós não podemos considerar somente um lado da moeda ou apenas uma parte da história e esse é o problema dos nossos dias.

As Escrituras testificam que, se crermos que somos um pouco pecadores, pouco amaremos a Deus; se percebermos, porém, que nosso pecado é imenso, nosso amor será cada vez maior (Lc 7.47). Quando esses pregadores dizem-lhe que os homens são bons, inocentes ou “não tão maus assim”, eles estão impedindo-o de ver ao Senhor. A única maneira de realmente apreciar o amor de Deus e a graça de Deus é vendo a profunda escuridão do homem. E, quando você vê a profunda escuridão do seu próprio coração, então você se dá conta de que Deus se moveu por amor a você, e isso o faz cair de joelhos, com imensa admiração, e você O adora.

Saiba que o único motivo pelo qual você não ama a Deus como Ele merece é por que você não entendeu quanto perdão foi derramado sobre você. Do mesmo modo, você não percebe o quanto foi perdoado porque ainda não teve coragem de perceber quão profunda é a cova na qual todos nós estamos enterrados. Quanto mais vemos o nosso pecado, mais nós vemos o quanto Deus merece ser amado.

Vejam, a cada geração que passa, o homem parece estar simplesmente ficando melhor. Ora, bons homens não precisam de um Salvador; os miseráveis é que precisam. Quando você retira do homem toda a escuridão que há dentro dele, você retira a glória do evangelho que existe para ilumina-lo!

Por que os homens não buscam um Salvador?

É porque, na maioria das vezes, em muitas pregações, o homem é muito “legal”.

Ele só precisa ser ajustado aqui e ali, e então terá tudo de que precisa. Ele só precisa de uma coisinha ou outra para tornar sua ótima vida ainda mais perfeita, e Jesus apenas está no topo dessa lista de coisinhas. Assim, ele não precisa entender que todos os homens são nascidos no pecado, miseráveis, sujos, odiadores de Deus, possuidores de um coração negro e morto.

Muito da pregação do evangelho de hoje tem pouco poder porque estamos preocupados em mostrar aos homens como eles podem ser salvos, mas nos esquecemos de mostrar o quanto o homem está perdido.

Eu tenho um objetivo em toda essa “loucura” de falar sobre a ira de Deus: eu quero cavar um buraco e enterrar você no fundo. Eu preciso mostrar-lhe quão escura é a sua noite e quão sem esperança é a sua situação, para que, quando eu começar a falar de Jesus, você fique cheio de admiração. Eu quero que o homem veja quem ele é. Então, quando nós falarmos sobre o amor de Deus demonstrado em enviar o Seu único Filho, os homens gritarão: “Como é maravilhosa a graça que um dia me salvou!”.

A ira é a resposta de Deus contra a impiedade do homem. Você diz: “Eu não gosto disso”, mas você deveria. Olhe novamente para o Salmo 5: “Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que prati- cam a iniquidade” (v. 5). Em outra tradução, se diz: “Tu odeias todos os que praticam o mal”. Aqui, não é dito que o ódio de Deus é direcionado à iniquidade ou ao pecado, mas que a ira do Todo Poderoso é direcionada ao homem que comete o pecado. Ademais, o amável e humilde Jesus não disse a mesma coisa?

“O que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” (Jo 3.36).

O que você pensa que é a “ira de Deus”?

A ira de Deus, em hebraico, vem de uma palavra que literalmente significa “o bufar das narinas”. Quer saber o que isso significa?

Quando a Bíblia fala da ira de Deus como o “bufar das narinas”, fala de uma Divindade tão irada que, somente com o hálito de Sua boca, as montanhas derretem!

Algumas pessoas dizem: “Irmão Paul, Deus me salvou!” e, quando elas me dizem isso, eu amo perguntar-lhes: “Do que Ele salvou você?”.

“Ele me salvou do meu pecado”, elas respondem. Porém, isso está errado.

Deus não nos salvou apenas dos nossos pecados, Ele nos salvou Dele mesmo!

Muitos dizem que “o céu é o céu porque Deus está lá”, e isso é real e verdadeiro. Todavia, não podemos assumir o contrário: “o inferno é o inferno porque Deus não está lá”. Não é isso que as Escrituras ensinam. O inferno é a ira do Deus Todo Poderoso, é a Sua perfeita justiça revelada contra o homem, por toda a eternidade. A morte e o inferno não são consequências naturais do pecado; eles são atuações sobrenaturais de Deus contra o homem pecador. Eles são o juízo de Deus! Isso pode parecer uma verdade nova e absurda para alguns, mas tão somente leia os livros antigos e você verá que os velhos pregadores sempre disseram isso.

Como por exemplo:

Se a apostasia pela qual o homem se afastou de seu criador, ou melhor, com arrogância se desfez de seu jugo, é um crime horroroso e execrável, é inútil atenuar o pecado de Adão. Quanto mais porque não foi uma simples apostasia, mas se somou a um horrível opróbrio a Deus, dado que subscrevia as calunias de Satanás pelas quais falsamente acusa Deus de mentira, inveja e maldade; em suma, a infidelidade abriu a porta da ambição, a ambição foi mãe da contumácia, para que os homens, abandonado o temor de Deus, se lançassem ao que a libido havia impulsionado. (João Calvino - A Instituição Da Religião Crista - pág 229).

Tal como a vida espiritual de Adão consistia em permanecer unido e atrelado aqu'Ele que o fez, afastar-se d'Ele foi um infortúnio da alma. Nem é de admirar que o gênero de Adão tenha submergido por sua defecção, que perverteu toda a ordem no céu e na terra. Gemem todas as criaturas, diz Paulo, sujeitas à corrupção sem que o queiram [Rm 8, 22]. Se for buscada a causa, não há dúvida de que sustentem parte daquela pena da qual o homem é merecedor, em cuja herança foram encerrados. Portanto, dado que, em vista de sua culpa, afluíra de baixo ao alto e de alto a baixo a maldição que grassa por todos os recantos do mundo, não seria estranho que fosse propagado a toda a sua descendência. Então, depois de que nele foi apagada a imagem celeste, não sustentou sozinho essa pena pela qual, no lugar da sabedoria, da virtude, da santidade, da verdade, da justiça, das quais foram revestidas como ornamentos, odiosamente acometeram a peste, a cegueira, a impotência, a impureza, a vaidade, a injustiça, mas envolveu e mergulhou sua posteridade em cada dessas misérias. Tal é a corrupção hereditária a que os antigos chamaram pecado original, entendendo pela palavra pecado a depravação da natureza até então pura e boa. [João Calvino - Instituição da Religião Cristã - pág 229-230].

Portanto, não é licito o que é dito, que estejamos mortos em Adão, seja interpretado de forma diferente disto: que ele, ao pecar, não Apenas não atraiu para si a perda e a ruína mas também precipitou nossa natureza em semelhante desgraça, não que, por seu seu vício, precipitasse a natureza de alguém que em nada nos diga respeito, mas porque, por aquele vício no qual caíra, infectou toda sua semente. De outro modo, não seria diferente o que é sustentado por Paulo, que todos sejam por natureza filhos da ira [Ef 2, 3]. Se não fosse amaldiçoados desde o próprio ventre. Aqui, é fácil deduzir que se fala da natureza, não tal qual criada por Deus, mas tal como viciada em Adão, porque seria muito pouco adequado fazer de Deus autor da Morte. Assim, portanto, corrompeu-se Adão, sendo que dele a toda prole se transmitiu o contagio. Cristo, o próprio juiz celestial, bem claramente pronunciou que nascemos corruptos e em vício, ao ensinar que tudo o que é nascido da carne, seja carne [Jo 3,6], dado que a porta da vida esteja fechada a todos até que tenham sido regenerados. [João Calvino - A Istituição da Religião Cristã - pág 232].

Por tal, vê-se que o pecado original seja uma depravação e corrupção hereditária de nossa natureza espalhada em todas as partes da alma, que primeiro nos torna réus pela ira de Deus e depois exibe em nós a obra que a Escritura chama de obra da carne [Gl 5, 19]. E isso é propriamente o que muitas vezes é chamado por Paulo de pecado, donde emergem obras como adultério, devassidão, furtos, massacres, ódios, orgias, que por isso chama de frutos do pecado, ainda que, tal como em toda a Escritura e também depois por Paulo, sejam igualmente denominadas "pecados". Pois cumpre observar como distintos dois pontos. O primeiro, que assim viciados e pervertidos por todas as partes de nossa natureza, apenas em consequência de tal corrupção, somo agora tidos como merecidamente condenados e partícipes ante os olhos de Deus, a quem nada agrada senão a justiça, a inocência, a pureza. Ora, essa responsabilidade não é do delito alheio. Embora se diga que somos sujeitos ao juízo de Deus pelo pecado de Adão, isso não deve ser aceito desse modo, pois assim nos sustentaremos inocência e desmerecedores da culpa de seu delito, mas cumpre ser dito que ele nos tenha comprometidos por que estamos todos revestidos de maldição e de transgressão. Portanto não provem apenas de Adão apenas a pena que caiu sobre nós, mas reside em nós, por ele inculcado, o flagelo a que por direito é devido a pena. Isto é, que todos sejam envolvidos pelo pecado mortal e manchados por suas máculas. E, por isso, as próprias crianças também são culpadas , enquanto trazem consigo a condenação desde o ventre materno, não por vicio alheio, mas por seu próprio. Pois, ainda que não tenha o fruto de sua iniqüidade, tem incluída em si a semente, ou melhor, toda a sua natureza é de algum modo semente do pecado, por isso não pode senão ser odiosa e abominável para Deus. Donde se segue que o pecado seja propriamente censurado ante os olhos de Deus, uma vez que não seria reprovado se fosse ausente a culpa. Passemos, então, ao outro ponto: que essa perversidade jamais cesse em nós, mas que assiduamente dê à luz novos frutos, a saber, aqueles que antes descrevemos como obra da carne, tal qual um forno aceso exala consigo chamas e centelhas ou uma mina brota água sem fim. Por essa razão, os que definem o pecado original como a carência da justiça que deveria ser a nós inerente, ainda que nisso abarquem tudo o que diz respeito a esse ponto, entretanto não expressam de modo pleno e suficiente sua forca e energia. Nossa natureza não é apenas indigente e vazia de bem, mas é tão fértil e fecunda de todos os males que não pode ficar tranqüila. Os que disseram ser isso a concupiscência, não se valeram de uma palavra tão diferente se com isso for acrescentado que tudo o que está no homem, desde o intelecto até a vontade, e até mesmo desde a alma até a carne, esteja referido a essa concupiscência, ou, de forma sucinta, que o homem inteiro não seja por si mais que concupiscência. [João Calvino - A Instituição da Religião Cristã - págs. 233-235].

Hoje em dia, não agimos da mesma maneira porque perdemos a glória do Altíssimo de vista.

Certa vez, uma senhora veio a mim e disse: “Não! Deus não pode odiar, porque Deus é amor”. “Antes de tudo”, eu respondi, “nós não devemos buscar inferências filosóficas para a verdade de Deus; nós temos que ir à Escritura e, quando a Escritura diz que Deus odeia, é melhor você acreditar. Entretanto, vamos ser filosóficos por um momento: você diz que Deus é amor, portanto Ele não pode odiar. Porém, eu lhe digo que Deus é amor e, por isso mesmo, Ele deve odiar”.

O ponto é: você ama os judeus?

Então você deve odiar o holocausto!

Se eu disser: “Ei, você leu sobre o holocausto?”

e você responder: “Sim, mas eu sou bastante neutro nesse assunto. Quero dizer, você sabe... Foi ideia do Hitler, por mim está tudo bem”, eu irei pensar que você é um monstro!

Você possivelmente iria para a cadeia por um crime de ódio. Se você ama os judeus, você deve odiar o holocausto.

Você ama crianças?

E quantos de vocês já disseram “Eu odeio o aborto” com a própria boca?

Ora, então você tem o direito de odiar, por causa do grande amor que está no seu coração?

O que dizer de Deus?!

Você acha estranho que Deus odeie porque Ele ama?

Entenda:

Deus ama tudo o que é lindo, amável e excelente. Em outras palavras, Deus ama tudo o que é semelhante a Ele! É daí que vem o problema. Nós achamos que temos o direito de amar tudo o que escolhemos amar, mas nós pensamos que Deus deve amar tudo o que nós amamos. Deus ama tudo o que é semelhante a Ele por causa de Sua absoluta perfeição; e Ele vem com ira contra tudo aquilo que contradiz a Sua natureza e vontade e estes somos nós.

Cada pessoa que já andou na face da terra tem quebrado cada lei que Deus criou.

Se você não entende isso, você não entende o Cristianismo.

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Obs - em geral - esse estudo foi mais uma adaptação de quase todo o capitulo do Livro - O Verdadeiro Evangelho - Deus odeia o pecado e o pecador.

Não pretendo com isso plagiar nenhuma das declarações aqui transcritas como se fossem minhas! Retiro todo o credito possivelmente creditado a mim pois somente tive o trabalho de organizar o texto e procurar outros que corroborarem com a idéia do autor!

Eduardo Lucena Silveira - Blog Treta Teológica.

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